segunda-feira, março 13, 2017

Ser responsável até ser bem velhinho...

Ser responsável até ser bem velhinho. Eis uma boa definição de pai e mãe. E hão de haver sempre dias, como o de hoje, em que ninguém é responsável por ti. Custa ser responsável. Ó se custa! Eles veem todos os teus gestos, ouvem os teus palavrões, apercebem-se das tuas incertezas, cheiram a tua adrenalina, mas têm o contacto do teu abraço e tudo fazes para que sintam o teu amor. Incondicional e a única coisa que te faz ser crente na eternidade.
Talvez eu tenha um caráter muito atípico para a ligeireza, a diluição dos valores dos dias de hoje. Sou austero nas regras, acredito que o advérbio de negação «não» é fundamental para moldar o caráter da criança. Também não ajudo muito no que eles são capazes de fazer sozinhos. Deixo experimentar, mas gosto de ensinar esse velho provérbio oriental «sábio não é o que não erra, é sim o que aprende com os seus erros». Sou tão tosco e imperfeito como pai que, como em tudo, tento humildemente melhorar para amanhã. Sei que hoje não fui grande coisa. Consola-me, apesar disso, querer estar presente, saber que este é o sítio onde quero estar e não o trocaria por nada, nem por essa vida sem responsabilidades de longo prazo. Sou capaz de adormecer, porque acredito que eles sabem isso.

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