Arrepender-se é de corajosos ou de cobardes? Reconhecer remorsos é nobreza de espírito ou vil forma de se sentir?
Não o pergunto com algum tipo de arrependimento ou remorso que seja. Pergunto-o porque uma das formas de vida que adoptei, e a vida assim mo tem permitido, é viver para não me arrepender de ter vivido. Como disse Borges, tento ter «mais problemas reais e menos imaginários». Dá um bom mantra e ajuda-me neste momento de cansaço em que escrevo roubando tempo ao descanso e imerso no pânico colectivo de atentados no Reino Unido e noutras partes do mundo mais anónimas e menos mediatizadas.
Mais do que remorsos, muita gente deve pensar como eu estou a sentir, um distanciamento, uma incredulidade, uma insensibilidade que nos torna indiferentes à realidade em massa transmitida pelos media.
Quem não tem acesso à informação porque é manipulado pelo poder sofre a ausência de liberdade, porém quem tem acesso a informação manipulada sofre de igual privação. Ultimamente, tenho sentido demasiada manipulação e vejo que o mundo não se arrepende. Mundo corajoso ou cobarde? Nem um, nem outro. Um mundo apenas, um tanto ou quanto, estúpido. Terroristas da tanga e Trumps de trampa imperam nesta era de estupidez que já está a gerar muitos remorsos...
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