domingo, junho 18, 2017

Bomberos extremeños a la espera de ser movilizados para ayudar a Portugal

Após acordar com a notícia do inferno em Pedrógão Grande, passámos a manhã a ouvir rádio e a tentar perceber o que aconteceu. A geografia portuguesa ardida não é novidade, é recorrente todos os Verões, mas este é o primeiro destas dimensões, com, de momento 62 mortos, vários feridos e todas as pessoas de bem afectadas.

Quem me conhece bem, sabe que tento evitar moralismos, que não domino soluções científicas de ordenamento do território nem de engenharia florestal, que não gosto de pirómanos de florestas nem de redes sociais, que a política somos todos e não apenas os outros nos quais não votamos, por isso o que quer que escreva ou opine nada vai melhorar esta tragédia ainda a deflagrar num dos distritos mais importantes no meu trajecto de vida, Leiria.

No entanto, após uma manhã a ouvir rádio portuguesa e um telejornal espanhol, espero que este dia não seja um mais para estatística anual, que se junte ao caso dos fenómenos naturais causados pelas alterações climáticas por todo o mundo. Lembram-se do furacão Kartina ou dos incêndios no Chile? Que sirva de exemplo de não ser normal ondas de calor a roçarem os 45º em pleno Junho e que se actue em consciência dos factos e não dos tweets dum Trump. 

O que virá depois da terra queimada? Podia ir pela resposta de teoria da conspiração e mencionar algum benefício para privado, mas não. Já não é isso que me preocupa. Depois da terra devastada pelo fogo, das brasas feitas cinzas, vem a violência da inundação duma água sem vegetação para ser absorvida. Quais serão as notícias no Outono? Mortos em Reguengos do Alviela? Espero que não.

A esperança vem também pela geografia, no meu caso particular, que tanto gosto de falar e escrever da “geografia dos afectos”, vem da Península (e de muitas outras partes do mundo felizmente), de Espanha, da minha Extremadura, para quem Portugal não é outro país, mas também o seu país, a sua herança lusitana com capital, para sempre, na Emérita Augusta. A minha Extremadura, pela mão do meu amigo Emilio Mateos Ortega, que escreve “Bomberos extremeños a la espera de ser movilizados para ajudar a Portugal”…

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