Por aqui dizem-me que estou na segunda zona mais fértil do mundo, depois das margens do Nilo. É uma boa forma de divulgar este «pueblo» de 2000 habitantes da bacia hidrográfica do Guadalquivir e o primeiro de «colonización» nos anos 50 com a reforma agrária franquista.
Andei a tocar a terra com as mãos, a comer pêras directamente da árvore, a ver como subsiste esta região tão quente como a minha à qual chamam «a horta de Córdoba».
Aqui entre aromáticas, aloé vera, flores, viveiros de oliveiras, verduras e frutas da temporada, dou por mim a falar húmus real, de minhoca, de fertilizante agrícola e não de literatura, do «Húmus» do Raúl Brandão que conheci graças ao Sr. Edmundo, o motorista bibliófilo da carrinha do Centro de Dia, numa das épocas mais férteis da minha existência.
A fertilidade dos nossos dias depende de tantas misturas, de dosagens pessoais, e da matéria orgânica da qualidade das vidas que os povoam. Gostava de ser como as margens deste rio, fértil de vidas orgulhosas de trabalhar aquele solo...
(Não tenho a modernidade de Brandão e já aceitei o Gabiru sem filosofia nenhuma.).
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