Que, um problema relativo de escrita. É verdade da qual estou consciente há muito e sem ter tido grandes conselhos de redacção criativa. Ao contrário de mim, os grandes escritores, os do panteão e os anónimos, não abusam da primeira pessoa do singular e não recorrem com demasiada frequência ao pronome relativo que.
Que esta seja a nota de hoje, não é de estranhar. Decidi abandonar o espanhol como língua da primeira pessoa, uso-o apenas como idioma do dia-a-dia e com peso de oralidade em casa, na rua e em grande parte do meu trabalho. Desde a publicação do [33] que decidi centrar-me na língua materna ao invés de investir a pena na língua do país de acolhimento. Não é um abandono convicto, voltarei se assim o sentir, também porque o espanhol cada vez mais está presente no meu português, algo extrapolável ao meu ser e estar. No caso da língua usada para escrever, nota-se num predomínio conjuntivo, com recurso aos pronomes relativos, e num certo desuso do infinito pessoal típico do português. Não é que me preocupe demasiado com estilística, apesar duma vez ter contado os «ques» duma crónica dum referente literário, mas, como o meu pai sempre diz, há que ter brio. A palavra merece atenção, a sinceridade relativa de quem a escreve, portanto merece ser revista sempre que possível.
Ultimamente apenas lhe tenho dedicado a sinceridade, o brio vai-se ficando pelo arquivo, onde, qualquer dia, alguém o possa rever.
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