Dentro dum pequeno vaso levei uma planta a uma colega de trabalho, no inicio desta semana. Com a picareta recolhi um pouco de terra dura, seca pelo clima alterado, mas fértil. Acomodei-a junto à raíz e dei-lhe uma pinguinha de água, apesar dos manuais de plantação não o recomendarem, reguei-a por solidariedade de saber que a sede extrema é das piores sensações que o corpo e a alma podem ter.
Preparei tudo com o gosto de partilhar uma coisa boa e com potencial curativo. Aprendi-o da minha mulher, de como a medicina da natureza nos ajuda a não esquecer a saúde e o passado, e cada vez tenho mais curiosidade sobre esta planta que sobrevive com tão pouco e que cura tanto, cuida tanto. Conheço pessoas assim, como o aloé vera, discretas de beleza, com picos que não picam, adaptadas às circunstâncias duras do seu substrato, mas que não negam uma folha curativa a quem dela precisa. Essa gente, como este cacto, vão buscar força à terra e são imunes a quase tudo, pegam em todo tipo de solo, escaldam ao sol desértico, adoptam a forma do vento dominante, mas morrem por falta de agasalho, de reconhecimento, de esquecimento que até a malta rija morre de frio se o sangue, a seiva, se congela coberta por geadas negras.
Os cravos sempre me impressionaram. São sonhadores e florescem no meu jardim por terem sido plantados pelos meus pais. Sei que eles gostariam de ver mais cores, mais flores formosas, vistosas ao olho, e menos ervas para roçar, carrascos a rebentar, amêndoas rústicas a florirem em linha com tantos aloé veras. O meu jardim, cada vez menos secreto, não se resume ao contemplar, nele muitas das minhas feridas posso curar...
Preparei tudo com o gosto de partilhar uma coisa boa e com potencial curativo. Aprendi-o da minha mulher, de como a medicina da natureza nos ajuda a não esquecer a saúde e o passado, e cada vez tenho mais curiosidade sobre esta planta que sobrevive com tão pouco e que cura tanto, cuida tanto. Conheço pessoas assim, como o aloé vera, discretas de beleza, com picos que não picam, adaptadas às circunstâncias duras do seu substrato, mas que não negam uma folha curativa a quem dela precisa. Essa gente, como este cacto, vão buscar força à terra e são imunes a quase tudo, pegam em todo tipo de solo, escaldam ao sol desértico, adoptam a forma do vento dominante, mas morrem por falta de agasalho, de reconhecimento, de esquecimento que até a malta rija morre de frio se o sangue, a seiva, se congela coberta por geadas negras.
Os cravos sempre me impressionaram. São sonhadores e florescem no meu jardim por terem sido plantados pelos meus pais. Sei que eles gostariam de ver mais cores, mais flores formosas, vistosas ao olho, e menos ervas para roçar, carrascos a rebentar, amêndoas rústicas a florirem em linha com tantos aloé veras. O meu jardim, cada vez menos secreto, não se resume ao contemplar, nele muitas das minhas feridas posso curar...
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