Desistir é um daqueles verbos que não se conjugam com a minha teimosia. Desde gaiato que me custa deixar uma coisa a meio, seja por que motivo for. Talvez por isso tenha conseguido umas quantas satisfações pessoais, superação de tantas das minhas limitações, chegado a alguns sítios, cumprido prazos e objectivos. Por outro lado também tenho conhecido derrotas, perdas amargas de vários tipos (de tempo principalmente), dores de corpo e de alma para as quais o único remédio sempre foi a honestidade de haver tentado.
Porém com o passar dos anos, com o acumular de responsabilidades, com imposições internas e externas, dou por mim a escrever em forma de queixa, a sentir-me fraco, a baixar defesas nas várias frentes, a ver-me desarmado nas batalhas que tenho de pelejar, a claudicar e ainda a guerra não vislumbra tratados de paz. Não assumo a derrota, por sentir a dignidade nos meus objetivos, mas começo a ser selectivo e a retirar o meu esforço de umas quantas frentes que fechar-se-ão para mim. Desistir começa a parecer-me mais um acto de inteligência que de cobardia. Assumi-lo é uma forma de sobrevivência, também ela mais uma questão de razão que de emoção...
Sem comentários:
Enviar um comentário