Muda tanto e tantas vezes ao dia e, se não fosse agora parar para escrever, quase não me aperceberia. A voz que tenho escreve-se pelas cordas emaranhadas da minha garganta. Vou desatando-as em linhas e o eco desses nós nota-se-me nas mãos.
Talvez não me aperceba tanto da mudança porque falo com as mãos, gesticulo os tons da minha voz com a mesma intenção, a de pôr cá para fora algo que me vibra mais e para o qual o meu aparato fonador, mesmo aforado em papel de diversas qualidades, não consegue cruzar a fronteira do meu corpo.
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