O Desejo
O desejo não reconhece as estações,
não se oculta debaixo da roupa,
não é uma onda de temperatura,
um vendaval de sentimentos
ou moda vendida para momentos.
O desejo habita nos corações vivos,
na circulação periférica consciente do tempo,
na idade que perde vigor mas ganha certezas.
O desejo anda de mão dada pela vida,
Passeia ao lado e tropeça a dois.
O desejo é voluntário. É a iniciativa empresarial do amor, desde um corpo real,
duma alma despida e sincera.
O desejo é uma palavra.
Eu e tu somos desejo.
Tu e eu somos individualismo feito caminho comum.
Tu e eu somos.
Mulher. Homem. Filha. Filho. Mãe. Pai. Tudo
o que a responsabilidade das circunstâncias
nos impôs.
Porém,
jamais deixarei de desejar
ver pelo horizonte dos teus cabelos,
pelo abraço da tua pele,
a eternidade da nossa juventude,
o plátano cúmplice.
O nosso desejo a habitar na Rua da Cal Branca.
(18/XII/2017)
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