“Com os anos (…) cheguei a sentir
a fadiga emocional e corporal do catolicismo. No dia da minha graduação do
8ºano, saí de tudo aquilo, farto, a dizer a mim mesmo «Nunca mais». Era livre,
por fim livre… e assim eu acreditei… durante bastante tempo. No entanto,
conforme ia ficando mais velho, fui detetando certas coisas na minha forma de
pensar, reagir e comportar-me. E acabei por entender, com perplexidade e
tristeza, que um católico o é para sempre. E deixei de enganar-me. Não sou um
praticante assíduo da minha religião, mas sei que em algum lugar muito dentro…
continuo a formar parte da equipa.
Era esse o mundo no qual
encontrei as origens da minha canção. No catolicismo existiam a poesia, o
perigo e a obscuridade que refletiam a minha imaginação e o meu eu interior. Descobri
uma terra de grande e escabrosa beleza, histórias fantásticas, castigos
inimagináveis e recompensa infinita. Era um lugar glorioso e patético no qual
ou encaixas ou te fazem encaixar. Tem estado junto de mim como um sonho em vigilância
durante toda a vida.”
Bruce Springsteen, in “Born to Run”, p.31
(trad. Luis Leal)
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