Tenho o queixo semeado de barba branca. A mandíbula desleixada e com remoinhos de preguiça de pêlos a necessitarem de ser cortados ou (para disfarçar o estar-me a cagar para estas pilosidades) penteados.
É normal que os meus trinta e seis anos sejam mais que evidentes o menino, a viver em mim, esteja escondido debaixo do ar de falso pioneiro, ou peregrino, que a minha pinta vai promovendo fora de mim.
Mas há sempre quem invista para além da barba cerrada, dos dias por barbear e não deixem de encontrar a alma imberbe vinda ao mundo sem saber para quê. Agradeço à simpática senhora do self-service, da sopa de legumes e do bacalhau à Gomes de Sá, me ter lembrado, ao tratar-me por menino, ainda não ter idade para beber café e beber vinho. Fiquei-me por um sumo de laranja natural mas, para reivindicar um queixo que não quero fino, não abdiquei do cafézinho. Sozinho, cheio, a observar este menino não querer envelhecer.
Porra para a sementeira de canas brancas...
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