domingo, agosto 20, 2006

Safira, a pedra preciosa esquecida...


Com nome de pedra preciosa, encontra-se esquecida, no meio da planície e de vales alentejanos, a antiga freguesia de Safira. Localizada do lado esquerdo da estrada nacional que liga, no respectivo sentido, Montemor-o-Novo a Vendas Novas, Safira respira a interioridade do esquecimento, coabitando com a paisagem escondida pela modernidade das infra-estruturas rodoviárias que trilham o asfalto ali mesmo ao lado.
As ruínas das casas, escola, igreja, o cemitério persistem até à última derrocada ou ao derradeiro acto de vandalismo…
A realidade é esta. Portugal afunda-se na sua lateralidade litoral e as pedras preciosas de outrora ficam ao Deus dará.

Parabéns fora de horas...


Como é apanágio da minha pessoa, esqueci-me de saudar um grande amigo, colaborador honorário deste blog, pelo seu aniversário. Trata-se do nosso querido Jorge Neto, que, neste mês de Agosto, nos costuma prendar com mais uma "Primavera"!
Para ele votos de "muitos e bons, na companhia de quem mais desejar" (como a tradição popular nos habituou), com vontade de, em breve, de lhe poder dar um abraço pessoalmente!
Como prenda, amigo "Jojó", um imagem daquilo que tanto amamos e que está tatuado no nosso íntimo... o nosso querido "Além Tagus". Um abração.
P.S
Perdoa o esquecimento, já sabes como sou!

As "boas" das Bifanas de Vendas Novas


Eis o que para alguns é um ritual gastronómico, as famosas bifanas de Vendas Novas. Terra de artilharia pesada (com a EPA, Escola Prática de Artilharia), Vendas Novas é mais conhecida pelas suas populares e deliciosas bifanas, de tempero peculiar no belo do papo-seco trinchado ao meio. Gente de toda a região, e inclusivamente de vários pontos do país, deslocam-se a esta localidade alentejana, a meio caminho entre Évora e Lisboa, Setúbal ou Montijo, a fim de se deliciarem com uma, ou várias (depende do apetite, estômago e gula), bifanas...
E assim foi no passado Sábado. Juntamente com a minha família, rumámos a Vendas Novas e deliciámo-nos, felizmente, com umas boas bifanas repletas de mostarda. Uma bela tarde a quem o colesterol não agradeceu. Fica o repto feito e a reportagem fotográfica! Só de me recordar fico com água na boca!
Perdoem mais este “post” mundano, mas não resisiti!
Não perdoem, não! O blog é mesmo para isto! Um abraço!

As festas do Minho



No Norte de Portugal esconde-se uma das grandes tradições do nosso património cultural: a romaria minhota de Ponte da Barca, nomeadamente as festas em honra de S. Bartolomeu.
Não podia deixar de partilhar a maior festa do Alto Minho. Gosto especialmente de ver os processos artesanais da produção do linho, da broa de milho,do azeite, do vinho verde que são retratados no cortejo etnográfico e as rusgss populares que percorrem a nossa avenida principal, não esquecendo os ranchos folclóricos. O Minho é especial pois é uma terra carregada de verde com tradições dignas de património cultural.
Terra da Nóbrega como antigamente se chamava donde são naturais os grandes poetas Frei Agostinho da Cruz e Diogo Bernardes convida-o a participar nesta grande festa que ocorre em Ponte da Barca entre os dias 19 e 24 de Agosto. O património cultural ainda ninguem nos pode roubar e nem se paga impostos para viver a alegria nestes dias de festa. Portugal é um grande país, os nossos emigrantes assim o descrevem.
Sejam bem-vindos e "façam o favor de serem felizes"!

quinta-feira, agosto 17, 2006

As Aventuras de Dom Fonsarilho


Há já alguns anos que não conseguia aceder a estes livros que marcaram o meu imaginário infantil e que, hoje, à luz da minha experiência de vida, considero brilhantes. Trata-se da colecção do início dos anos 80 (1984), da autoria (textos e ilustração) de Vítor Mesquita, relacionada com as aventuras, de índole quixotesca e com uma pitada do universo de Sir Walter Scott, de Dom Fonsarilho.
Esta personagem, dotada de um queixo proeminente, apesar de ter histórias vocacionadas para um público infantil, tem um contexto subliminar de análise cultural brilhante e hilariante! Não é de estranhar que, a par de D. Fonsarilho, existam personagens como Santa Pança (o "sidekick" à maneira do "Cavaleiro da Triste Figura"), D. Tesa, Leonardo do Vício (inventor português, homem de ciência, que via na emigração a única forma de vingar na sua área do saber - onde é que eu já vi ou ouvi isto?) ou um espião galego coxo e apaixonado.
Esta forma de brincar com a história, de a transmitir com humor, é sempre uma mais-valia em termos pedagógicos e humanos. Felizmente consegui, num alfarrabista ambulante, comprar por "tuta-e-meia" a colecção que tanto marcou a minha infância e que na altura só podia aceder na rubrica, em contexto de sala de aula, "Biblioteca de Turma". A minha professora da primária, D. Mª de Lurdes Varandas, irmã do célebre cantor Francisco José (imortalizado com "Olhos Castanhos" e "Nem às Paredes Confesso") encontrava nesta estratégia um meio eficaz para incentivar os seus alunos à leitura e abordar a história de Portugal, à maneira do Estado Novo, de forma a me deixar sempre boquiaberto e a imaginar contextos heróicos, que afinal nada tinham a ver com a realidade... mas mesmo assim lhe agradeço a capacidade que me deu para sonhar com história e lendas.
Deixo-vos com umas digitalizações do volume "O Cavaleiro da Bolota Azeda" e com uma sinopse das características das personagens… espero que se divirtam!

Einstein


De todos os grandes cientistas que li tenho de fazer uma vénia a um dos maiores génios que o mundo conheceu. Falo do físico Albert Einstein autor da célebre teoria da Relatividade e da fórmula famosíssima E=mc2. Bem não venho aqui explicar a sua teoria, até que eu não sou a pessoa mais indicada, mas referir duas frases da sua autoria que me despertaram especial interesse. Vamos lá ver se concordam!
"Não acredito na Matemática" Albert Einstein
"Considero que há duas realidades infinitas: a estupidez humana e o Universo. Quanto a esta última ainda tenho algumas dúvidas" Albert Einstein
O que é que eu posso dizer? Depois de ter o livro onde vinham publicadas estas frases fiquei ainda mais intrigado somente com a primeira porém com a segunda eu assino por baixo.

quarta-feira, agosto 16, 2006

O Saddam das Flores (estilo "Nazi das Sopas")


Há pouco tempo vivi uma situação que me lembrou um episódio de uma célebre série de humor, hoje em dia de culto, denominada “Seinfeld”. Esse episódio introduzia uma personagem, que passara de relance pelas vidas fictícias de Jerry, Elleyne (acho que não é assim que se escreve, mas o que interessa é a referência), George e Cosmo Kramer, e que ficara conhecida como o “Nazi das Sopas”.
Não acredito na xenofobia e abomino o racismo, apesar de, na qualidade de ser humano imperfeito, acabar por ter os meus preconceitos, não deixo que eles me turvem o discernimento, isto é, por enquanto e até à data e espero que assim continue. No entanto, lá estava eu, jantando à beira mar, quando vejo um enorme árabe irromper pelo pequeno restaurante, com um ar intimidador que acho que, a par da desconfiança geral que existe do que aparenta ser oriundo do mundo islâmico, não o irá ajudar na sua profissão de vendedor ambulante de flores e outros artigos propícios a ambientes românticos. Enfim, aquele cenário, aquela cara, que fotografei sem autorização, só me fez lembrar o dito episódio e também eu inventei um apelido: “O Saddam das Flores”!

terça-feira, agosto 15, 2006

Canto da Terra


Com o intuito de se divertirem e divertirem as pessoas que os ouvem, "Canto da Terra" é um grupo de amigos que traz à memória antigas melodias da música tradicional portuguesa que atravessaram gerações, com arranjos originais e uma energia contagiante.
Este grupo de amigos, que tive o prazer de assistir a uma das suas actuações na Praia da Vieira, prenda-nos com a alegria da música e o orgulho das tradições portuguesas. Sem dúvida um projecto digno de destaque. Remeto-vos para o site do grupo em: www.cantodaterra.net (aqui podem ouvir alguns dos temas e, inclusivamente, fazer download dos mesmos, como também aceder a inúmera informação inerente à tradição portuguesa em todos os seus meios de expressão e difusão).
Entretanto deixo-vos com umas fotografias que imortalizaram esse belo serão de música tradicional portuguesa e maresia.
http://www.cantodaterra.net

O MELHOR CÃO DO MUNDO



Desde muito novo sempre fui um apaixonado por cães, principalmente quando o meu pai me ofereceu uma cadela da raça LABRADOR ,já lá vão 13 anos.
De todas as raças, o Labrador é o cão mais perspicaz, OBEDIENTE e com o maior desejo de servir.
O Labrador é um retriever por natureza, ou seja, um cão que actua em dupla com o Homem. Nas caçadas, por exemplo, acompanha o Homem em todo o percurso. Ele espera que o dono atinja a ave, coelho, o que for, e, depois, sob comando, vai buscá-la(o) com rapidez, entregando a presa intacta ao caçador, enfrentando qualquer tipo de obstáculo para cumprir a missão, ou seja, na terra ou na água.
Simplesmente seria impossível um cão ter êxito em todas estas tarefas se não tivesse as qualidades descritas pelo padrão. A inteligência instintiva do Labrador envolve não apenas a habilidade de ir buscar a caça e marcar posição, mas também a capacidade de prestar muita atenção ao dono o que faz dele um cão com grande capacidade de comunicação com o Homem.
Não, não estou a exagerar, e se a isto acrescentar a sua natureza gentil, sem qualquer indício de agressividade e a sua indesejável timidez, penso estar perante a raça perfeita ... pronto, ok , talvez com esta do cão perfeito tenha exagerado, vou colocar as coisas de outra maneira, ele é a mais perfeita tradução de "melhor amigo do Homem". Assim ficou bonito!!! Quem? ... Não!!! A afirmação!!!

A Garraiada em Vaiamonte



O Verão português tem destas manifestações, quanto a mim interessantes, juntamente com os arraiais que trazem emigrantes e oriundos das povoações em festa durante uns dias às suas raízes. Assim foi em Vaiamonte, em que, na qualidade de transeunte, pude assistir a esta manifestação de pseudo-valentia com momentos dignos de um humor popular e brejeiro que é digno dos 2,50€ que pagámos para beneficência do Centro de Dia local.
Apesar de serem bastante contestadas pelos defensores dos animais, contestações essas que não discuto e nem sequer são para aqui chamadas, estas garraiadas do povão são restos de manifestações culturais populares que restam num deserto demográfico e de tradições. A par dos fogos, e dos foguetes, da quermesse e do cantor pimba, ainda é um prazer ver o "Ti Manel Tuareg" (citando um bom amigo) a correr em frente dos cornos da vaca que já está ensinada a subir para a camioneta após cumprir com os seu dever de marrar nos heróis alcoolizados...

Navegador Solitário


A história:
Trata-se de um diário em que o protagonista, Solitão Francisco Fernandes (de 15 anos), narra, obrigado pelo avô Aquilino (já há muito falecido), pela madrinha Mª Preciosa e pela mãe, o desenrolar da sua existência.
Relatando a sua vida, curiosamente "lixada", Solitão vai mostrar como é a sua relação com a família, com os amigos, com as mulheres, com a escola e com o seu próprio "eu". Nas várias passagens do diário, surgirão momentos de "escrita automática", um fenómeno de carácter parapsicológico, provocado pelo avô.
Ao longo da narrativa, o leitor acompanha o doloroso e por vezes hilariante crescimento da personagem.

Este livro foi um sucesso nos bancos da minha antiga escola secundária, eu e o Gonçalo que o digamos! Talvez todos tivessemos um pouco de Solitão em nós próprios. Ainda bem que o fenómeno da leitura não nos era alheio, nem que fossem livros cujos títulos fossem "Orgasmos de Elite", "Polvos numa Garagem", "Zero à Esquerda", "Fernando Pessoa Vs Homem-Aranha", ou, à maneira do Solitão, "A Bola", cortesia do nosso César Catapeta!
Após tantos anos, quase dez, não conheço ninguém que tenha ficado indiferente à leitura desta obra que, certamente, poderia ser uma mais-valia, na promoção da leitura entre os mais novos, ou até mesmo entre os "cotas".

Rumble Fish


A preto e branco, este simbólico filme de Francis Ford Coppola remete o espectador para a delinquência urbana e para o declínio dos gangs tipo "West Side Story". Baseado no livro de S.E. Hinton, que, por acaso, já li duas vezes, "Rumble Fish" é uma metáfora para condicionalismos que nunca saberemos ao certo discernir. "The Motorcycle Boy" é um louco dos tempos modernos e, seu irmão, Rusty James, um inadaptado delinquente que faz jus às teorias de Rousseau...
A narrativa visual, quanto a mim, simplesmente brilhante, e o que Spielberg fez, em termos de fotografia, na "Schindler's List" é um óbvio, mas eficaz, eco desta influência de Coppola.
Também vale a pena ver Nicholas Cage, Diane Lane, Tom Waits e Lawrence Fishburne no início das suas carreiras... Pena o rumo que Mickey Rourke tomou, apesar de um futuro tão promissor nos 80's...

segunda-feira, agosto 14, 2006

"Footprint in the Sand"


“I wish I was a fisherman
tumblin' on the seas
far away from dry land
and it's bitter memories
castin' out my sweet line
with abandonment and love
no ceiling bearin' down on me
save the starry sky above
with light in my head
with you in my arms...”
The Waterboys - Fisherman's Blues

domingo, agosto 13, 2006

Fuga para a Vitória


Em 1981, sob a batuta do já idoso John Huston, Stallone, Caine e Pelé figuravam num cartaz que homenageava os fãs de futebol. Era bastante criança quando vi este filme, mas guardei durante anos a imagem do “rei” a marcar contra a equipa do 3º Reich de “bicicleta” e de um “Rambo” na baliza dos aliados. Os críticos desfizeram em pedaços este filme, hoje no baú das recoradações, e ridicularizavam os heróis de acção de então… o que é facto é que algo ficou no meu imaginário e, hoje, volvidos quase 20 anos, tive o enorme prazer de o rever. Quanto aos críticos remeto-vos para algo que o, já extinto, João César Monteiro (famigerado realizador português) dizia: “eu quero que os críticos se fo…”.
Saravá e vejam este filme que para mim é um verdadeiro tributo ao jogo em que 22 doidos correm atrás de uma bola! E o que seria da vida sem doidos!?

Há mar e mar, há ir e voltar...


Recorrendo a um intertexto claramente de "Baywatch" e de "Mitch Bacano", esta foto, na praia de S. Pedro, o seu enquadramento remeteu-me, mais uma vez, para o grande Alexandre O'Neill, que, apesar do nome, não era surfista...

quarta-feira, agosto 09, 2006

E o depois...


O Sonny Crockett e o Ricardo Tubbs já são outros... e bem ao jeito do início do século XXI... O realizador, esse, é o mesmo, mas melhor (com o curriculum enriquecido por "Heat", "Ali" e "collateral")!

O antes...


O "Miami Vice" dos 80's... lembro-me de ser transmitido bem tarde no Canal1 (um dos dois únicos na época). Já na altura era bastante bem realizado... dando a Hollywood Michael Mann.

terça-feira, agosto 08, 2006

Incêndios


Antes de mais quero agradecer o convite do Luís a fim de poder dar a minha opinião sobre o mundo de hoje. Li com atenção os artigos em especial este último onde se faz referência ao preço que se paga para poder entrar no Convento de Cristo em Tomar. De facto, recentemente também fiz uma visita e fiquei bastante perplexo com o preço que pediam: 4,5€. Por curiosidade questionei a senhora se havia desconto para estudantes ou cartão jovem e nada...(Apesar de eu não estar nestas condições) Quem quer ver paga! O que mais motivou a minha visita? A janela do estilo manuelino, que nos aparece nos livros da escola. Gostei imenso de visitar o Convento e fiquei surpreendido com a nave da igreja! Dou toda a razão ao artigo do Gonçalo.
Depois desta opinião o meu principal tema tem a ver com os incêndios! Isto mais parece demagogia pelo facto de nos estarmos a vitimizar acerca de um país ardido. O país arde é um facto e as campanhas de prevenção mais parecem ser ouvidas por uns mercadores. Não vale a pena queixarmo-nos, entre nós há quem queira ver o país a arder, as empresas madeireiras esfregam as mãos de contente, os privados deitam as mãos à cabeça quando vêem o fogo aproximar-se. Porque é que não cortam o mato num raio de 400 metros em volta das habitações?
Enfim um país que continua em chamas!
Um forte abraço de solidariedade aos soldados da paz que todos os anos entregam a sua vida para minimizar a extensão da floresta ardida!

domingo, agosto 06, 2006

A motivação do conhecimento


Nos bancos da escola aprendemos as mais diversas matérias sobre os mais variados assuntos. Nem todos eles são do nosso inteiro interesse, mas a motivação faz maravilhas, e mesmo os mais alienados alunos aprendem os conteúdos de forma facilitada.
È então esta a razão pela qual existem as benditas visitas de estudo, onde toda a gente se mete num autocarro e vai a vomitar o caminho todo até ao ansiado destino em Carqueijas de Sº. Eulália.

Com o avançar da idade, a cultura torna-se imprescindível, e o desejo de conhecer um pouco mais do nosso país é evidente.
A história deixa de ser um longo rol de datas e passa a ser a nossa pátria e as nossas origens que teimamos a conhecer com orgulho.

Desta forma, vou tentar ensinar-vos um pouco mais das nossas raízes.


Há algum tempo, peguei no carro e fui até ao famigerado convento de Cristo em Tomar em busca da história do meu país, da sua génese, no fundo da minha identidade.
A visão era linda, deslumbrante, um edifício descomunal erguia-se na minha frente e a minha motivação era agora maior que nunca.
Olhei, aproximei-me e vi! Vi com toda a clareza! “Visitas 4.50 Euros”.
Paguei. Nove euros (ia com a minha cara metade).
“A visita não é guiada. O guia (de papel, um desdobrável) é mais um Euro…”.

Mais tarde passei por Constância, bonita vila ligada a Camões. Possui um belo jardim onde junto de cada planta está colocado um verso de Luíz Vaz de Camões. – 1 Euro a entrada!

No Mosteiro da Batalha foi a mesma visão. Deslumbrante! Magnifica! Descomunal! 4.50 Euros por pessoa!
Eu pago impostos, não devo nada a ninguém. Quero conhecer o meu país e só o que obtenho é: “são 4.50 Euros. A visita não é guiada.”
Assim não Há motivação que Aguente!!!!

sexta-feira, agosto 04, 2006

La Valise en Carton


Linda de Suza foi uma das mais reconhecidas cantoras portuguesas em França. Tendo fugido das dificuldades económicas e opressivas de um Portugal fascista, percorreu a fronteira "a salto" e, através da sua coragem, transformou-se num importante símbolo da comunidade portuguesa imigrante em França.
A sua chegada a França, com uma criança dos braços, e falta de dinheiro, dificilmente faziam antever que, poucos anos depois, através da voz melodiosa e melancólica, Linda de Suza esgotava plateias sucessivas no Olympia de Paris e conquistava milhares de admiradores que atribuíram à sua discografia imensos galardões de ouro e platina. Amada pelos franceses, chegou mesmo a ser chamada Amália de França por uns, ou Linda Portuguesa por outros (no entanto, hoje insere-se, perfeitamente, num tipo de música ligeira portuguesa denominado "pimba"). O facto é que nunca negou as suas origens, mantendo nas letras das canções a história da sua vida e características do seu país natal.
Publicou um romance biográfico intitulado “A Mala de Cartão”, que deu origem a uma mini-série nos anos 80, com Irene Papas e Raúl Solnado, e deu a conhecer ao mundo a sua história e um olhar peculiar sobre a emigração portuguesa para terras gaulesas.

“Ei-los que partem”


Velhos e novos, foram milhares os portugueses que partiram para o estrangeiro em busca de melhor sorte. Deixavam tudo para trás, família e sorrisos, arriscavam o que tinham por um destino incerto. E avançavam.
Ei-los Que Partem pode ser então, segundo os autores do projecto, a chave que faltava para abrir a história. Ao todo, são cinco os documentários que exploram os traços fundamentais da emigração. Jacinto Godinho realizou Primeiros Emigrantes, Fortunas Americanas e Sonho e Desespero, a trilogia que abre a série e incide sobre o ciclo transoceânico, de meados do século XIX até à década de 30 do século XX. EUA e Brasil eram destinos de referência. O jornalista teve que se debater com "uma imensa falta de informação" até agarrar os contornos definitivos desta emigração, com a epopeia no Oeste americano e nos cafezais e a criação de colónias.
Ontem, em repetição na TV2, Fernanda Bizarro contou como foi A Sangria da Pátria, entre o fim de 1950 e 1973/74. A França atraía como nenhum outro país, mais de milhão e meio de portugueses saíram para trabalhar na indústria, escrevendo o período de êxodo que mais se colou ao imaginário colectivo nacional.
Sem dúvida, trata-se de um trabalho cabal, digno de muitas análises sociológicas de índole académica.
Ao vermos o presente de Portugal, tendo em conta este passado recente, não é de estranhar que o fenómeno da emigração, com moldes distintos dos de outrora, volte a estar na ordem do dia.
Novos Bidonville e Champigny se formarão, e muitas lágrimas correrão em estações, tal como acontecera há bem pouco tempo em Austerlitz... A diferença é que os sonhos são distintos e já não vão numa mala de cartão.

quinta-feira, agosto 03, 2006

A Busca da Felicidade


Já realizado por Gabriele Muccino, com a interpretação de Will Smith, promete ser uma boa adaptação do livro de Chris Gardner, livro esse que, segundo consta, é uma excelente lição de vida e de perseverança. É interessante, nos dias que passam de excessivo consumismo, olhar para a luta pelos nossos sonhos como algo que nunca devemos esquecer e desistir. Recomendo a visualização do trailler. Fiquei com bastante curiosidade pela temática e não pelo facto de a personagem principal ser um afro-americano.

Al Otro Lado del Río - Jorge Drexler


Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

El día le irá pudiendo poco a poco al frío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío

Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a

En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío

Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a

Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río

Do Uruguai para o Mundo... Vá lá, Hollywood soube reconhecer-lhe o devido valor ao atribuir-lhe o Óscar de Melhor Banda Sonora em 2004!

terça-feira, agosto 01, 2006

Volta ao Alentejo (ou a outro sítio qualquer) de Scooter!


Eu e o meu amigo Gonçalo Mendes (ilustre membro deste blog), há já algum tempo que temos uma relação de amor com as nossas queridas e amadas scooters! A minha Adress e a sua Squab têm histórias hilariantes e marcaram parte importante das nossas vidas!
Hoje, após ter conseguido pôr a minha "porquita" a trabalhar após dois anos de olvido, voltei a viver o prazer das duas rodas, original sem dúvida, e o projecto, um pouco imitação do que o Ewan Macgregor, e o seu amigo Charley Boorman, fez, de fazer uma viagem de distância considerável no lombo das nossas brutas!

Vamos ver como corre a minha aventura de mecânico... e se o tempo e a vida nos permite uma aventura assim!
Por favor, fiquem deslumbrados com as imagens das nossas "brutas bombas" (aqui são versões que ainda não têm o nosso toque pessoal e ainda não foram "quitadas", isto é, ainda têm os espelhos, os autocolantes foleiros, e cairam poucas vezes!).

segunda-feira, julho 31, 2006

A importância dos PRIMEIROS SOCORROS (parte 2)!


Já postei um artigo sobre este tema, que, apesar de não parecer pertinente, acredito que é sempre pertinente, quanto mais num espaço plural como este!
Na semana passada, quinta-feira, participei numa actividade na Barragem do Divor dinamizada pela Associação Casa das Artes de Arraiolos. A par das actividades de lazer, típicas de um espaço outdoor, as crianças tiveram acesso a uma demonstração de 1ºsocorros, e o material utilizado, por parte de dois elementos dos Bombeiros Voluntários de Arraiolos, demonstração essa bastante entusiasta e contagiante.
Confesso que tenho algum preconceito relativamente a alguns destes voluntários, devido a uma experiência pessoal que evidenciou a falta de formação de alguns soldados da paz (que iam prestar serviços com os "copos"), mas neste caso fiquei deveras satisfeito e com vontade de divulgar o que se passou na actividade. Estes dois elementos, tal como a sua corporação, estão de parabéns pela forma como encaram esta nobre actividade!
Para eles e para a equipa pedagógica das Associação Casa das Artes um grande bem-haja!

A missão das folhas

Obrigado, Luís, pelo convite. Eu gosto de poesia, e queria deixar neste blogue, para começar, um brevíssimo poema do Ruy Belo, mas tão grande pelo que diz…

A MISSÃO DAS FOLHAS

Naquela tarde quebrada

contra o meu ouvido atento

eu soube que a missão das folhas

é definir o vento.

Mais um amigo...


Vamos fazer o convite ao nosso amigo Pedro! Mais um para os "senderos"...

domingo, julho 30, 2006

Desafio à leitura 2


O meu primeiro post neste Blog foi sobre os amigos e a amizade.
"O Princepezinho" foi-me oferecido há algum tempo, li-o e na altura não me transmitiu nada especial, passados alguns anos voltei a lê-lo e o significado foi completamente diferente e compreendi porque é um dos livros mais vendidos de sempre.
Aqui fica mais um desafio à leitura.

"O princepezinho
... Julgava-me muito rico por ter uma flor única no mundo e, afinal só tenho uma rosa vulgar...
Foi então que apareceu uma raposa .
- Olá, bom dia! disse a raposa.
- Olá, bom dia! - Respondeu delicadamente o princepezinho...
-Anda brincar comigo - pediu o princepezinho. Estou tão triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Ainda ninguém me cativou...
Andas á procura de galinhas? (diz a raposa)
Não... Ando á procura de amigos. O que é que "cativar" quer dizer?
... Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
Laços?
Sim, laços - disse a raposa. - ...
Eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo e eu serei para ti, única no mundo...
(raposa) Tenho uma vida terrivelmente monótona...
Mas se tu me cativares, a minha vida fica cheia se Sol.
Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? ... não me fazem lembrar de nada. É uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então quando eu estiver cativada por ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti...
- Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora já não tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não tem amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
E o que é preciso fazer? - Perguntou o princepezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada . A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar mais perto...
Se vieres sempre ás quatro horas, ás três já eu começo a ser feliz...
Foi assim que o princepesinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - Ai que me vou pôr a chorar...
... Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo.
O princepesinho lá foi... - vocês não são nada disse-lhes ele. - Não há ninguém preso a vocês... - não se pode morrer por vocês...
... A minha rosa sozinha. vale mais do que vocês todas juntar, porque foi a ela que eu reguei, que eu abriguei... Porque foi a ela que eu ouvi queixar-se, gabar-se e até, ás vezes calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para ao pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. - vou-te contar o tal segredo. É muito simples:
Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
Foi o tempo que tu perdes-te com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. Mas tu não te deves esquecer dela.
Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...
Antoine De Saint-Exupery "O Princepezinho"

Aos meus AMIGOS.

Memórias


Num destes dias (enquanto o Bernardo dormia), fui revolver uma caixa em que guardo algumas recordações (fotos,revistas,livros,etc) quando dei com uma velha cassete VHS com o filme "TOP GUN".
O "TOP GUN" realizado em 86 com Tom Cruise, foi a minha primeira obsessão cinematográfica. Um filme que rodava em volta de aviões de caça F 14, recentemente abatidos ao activo pelos Estados Unidos da América, fazia vibrar qualquer jovem na altura, tinha uma banda sonora espectacular da qual também tenho o CD e que ainda hoje me acompanha no carro. Músicas como "Danger Zone", "Great Bolls of Fire" ou "Playing With The Boys", foram recordadas não há muito tempo num MP3 a caminho de Fátima com o amigo Luís.
Curiosamente este filme nunca foi uma influência para o meu ingresso na Força Aérea 10 anos depois, mas admito que ainda hoje quando vejo o filme sei de cor todas as falas dos actores, tantas não foram as vezes que o meu velho leitor VHS teve de "ler" aquela fita.

sexta-feira, julho 28, 2006

Bom fim-de-semana...


Gostei bastante desta imagem e apropriei-me dela para o nosso blog... A internet tem destas coisas! acrescento apenas uns versos de outra amante do mar... a nossa Sophia de Mello Breyner...
"O mar azul e branco e as luzidias
Pedras – O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida."
Inicial, p. 47

quarta-feira, julho 26, 2006

A propósito da sugestão do amigo Filipe...


Subscrevo o que o nosso companheiro enunciou no post anterior. Apenas acrescento a capa do filme que nos mostra uma crua e dura realidade brasileira. Uns guetos, tipicamente brasileiros, denominados favelas... impera a segregação e a violência.

segunda-feira, julho 24, 2006


El Sendero de la Mano Izquierda: Para empezar, y por si acaso, ríete de todo, porque nada importa nada. En El sendero de la mano izquierda, dicta Fernando Sánchez Dragó su primer testamento vital -muy vital-, aunque forzosamente provisional, porque el viaje de su existencia aún no ha terminado. El autor resume su personalísima filosofía -el arte de vivir (y también el de morir)- en ciento ochenta y un preceptos basados en el sentido común, en la cultura y, sobre todo, en la experiencia. Lo que aquí se nos brinda es un código de conducta subversivo, nietzscheano, pagano, más oriental que occidental, transgresor, liberador, heterodoxo y radicalmente opuesto al discurso de la modernidad. Algunos de sus mandamientos no necesitan de explicación alguna; otros van acompañados e ilustrados por sugerentes estampas poéticas, filosóficas y narrativas.
Este foi o livro que inspirou o nome deste blogue! Já cá fazia falta areferência! Conheci-o através da minha família e achei interessante. Gostava de saber mais acerca desta personagem peculiar que o redigiu... Recomendo aos leitores de espírito aberto!

Pessoal do Blog...


Amigos, não sei se ultimamente têm lido o nosso blog? Este trata-se de um projecto plural, de partilha de experiências, pelo menos era essa a ideia destes "vagabundos do Dharma"!
Gostaria que participassem com mais frequência, pois tenho mantido o blog para que não caia no esquecimento. Nem só de política ou de conversa fiada são feitos os diários pessoais da net... não deixem este projecto dissolver-se nos meandros da rede...
Um abraço a todos vós!

Diários de Motocicleta


Os veículos de duas rodas, a par dos todo-o-terreno, para mim, são objectos de carácter e de carisma, incluso o reflexo dos seus donos. Assim era "la Poderosa"...
A figura histórica de Ernesto Guevara, controversa e polémica há mais de meio século, é mostrada neste filme com uma sensibilidade digna de nota. De facto, o mundo muda-nos muito... mas talvez tenhamos mais hipóteses de mudar o mundo do que aquelas que pensamos ter...
Recomendo com prazer e amizade... A história bela de dois jovens a quem ainda não interessava direitas e esquerdas...

125 Azul - Trovante


Foi sem mais nem menos
Que um dia selei a 125 Azul
Foi sem mais nem menos
Que me deu para arrancar
Sem destino nenhum.

Foi sem graça nem pensando
Na desgraça que entrei pelo calor
Sem pendura que a vida já me foi dura
Para insistir na companhia.

O tempo não me diz nada
Nem o homem da portagem
À entrada da auto-estrada
A ponte ficou deserta nem sei mesmo
Se Lisboa não partiu para parte incerta.

Viva o espaço que me fica pela frente
E não me deixa recuar
Sem paredes sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar.


Talvez, um dia me encontre.
Sim, talvez me encontre.


Curiosamente, dou por mim pensando
Onde isto tudo me vai levar
De uma forma ou de outra há-de haver
Uma hora para a vontade de parar

Só que à frente o bailado do calor
Vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara vou sentindo
Desafios que nunca ninguém sentiu.

Entre as dúvidas do que sou
E onde quero chegar
Um ponto preto quebra-me
A solidão no olhar.

Será que existe em mim
Um passaporte para sonhar
E a fúria de viver
É a mesma fúria de acabar.

Foi sem mais nem menos
Que selei a 125 Azul
Foi sem mais nem menos
Que partiu sem destino nenhum

Foi com esperança
Sem ligar muita importância
Aquilo que a vida quer
Foi com força acabar por se encontrar
Naquilo que ninguém quer.


Mas Deus leva os que quer
Só Deus tem os que ama.

On the Road



Kerouac acompanha-me há já alguns anos. Ao ler "On the Road" desperta em mim uma vontade extrema de agarrar numa "125 azul" e partir sem destino nenhum. Kerouac é o derradeiro argonauta... que me relembra "Navegar é preciso, viver não é preciso".
A escrita de Kerouac é simples. Linear, directa, sem demasiados floreados. No entanto, nesta simplicidade, neste estilo directo, existe a vibração intensa dos viagens pela América, de costa a costa, dos bares do jazz e do bop, de toda a turbulência intelectual que viria a culminar nos anos de ouro da chamada Beat Generation. Se nomes como Allen Ginsberg ou William Burroughs aparecem como referências incontornáveis deste movimento, a verdade é que o nome de Kerouac é o maior de todos, e "On the Road / Pela EstradaFora" o livro emblemático de toda essa geração.
Franco-americano, Jack Kerouac nasceu como Jean-Louis Lebris de Kerouac, no dia 12 de Março de 1922, em Lowell, no Massachussets, filho de emigrantes franco-canadianos, não tendo falado inglês até aos seis anos de idade.
Na sua juventude, foi um promissor atleta de futebol americano, tendo, por via desse facto, ganho uma bolsa de estudo para a Universidade de Columbia. Porém, após uma grave lesão e um desentendimento com o seu treinador, abandona o futebol e a universidade, regressando à sua terra-natal. Aí chegado, durante alguns meses, Kerouac torna-se repórter desportivo no jornal Lowell Sun. Chegando à conclusão que não é isso o que quer fazer da sua vida, parte para Washington DC e depois para Boston onde, durante alguns meses, sobrevive graças a vários trabalhos ocasionais.
Com a entrada dos EUA na Segunda guerra Mundial, Kerouac alista-se na Marinha, passando à reserva, poucos meses depois, com base em motivos psiquiátricos. Kerouac foi considerado mentalmente inapto pela dificuldade que revelava em se submeter à autoridade dos seus superiores militares.
De regresso ao seu país, Kerouac conhece Ginsberg, Burroghs e Neil Cassady (retratado como Dean Moriarty em "On The Road / Pela Estrada Fora"). Este círculo de amigos viria, mais tarde, a formar o núcleo duro da chamada geração beat.
Em 1944, casa-se com Eddie Parker, separando-se poucos meses depois.
É em 1949 que efectua, na companhia de Neil Cassady e da ex-mulher deste, Luanne, uma viagem desde a Costa Leste americana até San Francisco, Califórnia, viagem esta que se viria a revelar a força motriz de "On The Road / Pela Estrada Fora". Durante a década seguinte, Kerouac viajaria vezes conta pelos EUA e méxico, ora na companhia de Cassady, ora sozinho, à boleia.
Em 1950, casa-se com Joan Haverty, com quem tem uma filha, tendo, porém, uma vez mais, se separado após apenas alguns meses de vida em comum.
"On the Road / Pela Estrada Fora" foi escrito em 1951, em apenas três semanas, sob o efeito de benzedrina. No entanto, só seria publicado em 1957. Aquando da sua publicação, este livro torna-se, imediatamente, um sucesso editorial espantoso. Aos 35 anos de idade, Kerouac conhece a fama e, subitamente, vê-se no papel de porta-voz de uma geração. Kerouac não se dá bem com essa fama nem com esse papel, uma vez que o mesmo, muitas vezes, o torna no representante máximo de muitos comportamentos que nada lhe dizem. Subitamente, compreende o vazio da fama, compreende que essa geração que o elevou a seu estandarte máximo, nada sabe dele e, provavelmente, retira dos seus livros leituras demasiadamente superficiais.
Tenta afastar-se desse papel, ao mesmo tempo que se torna alcoólico. Em 1961muda-se para Big Sur, na Califórnia, onde escreve um romance intitulado, precisamente, "Big Sur". Trata-se de uma obra autobiográfica em que é bem patente o estado de degradação emocional e intelectual que o álcool, já nessa altura, provoca nele. Casa uma última vez, em 1966, com a sua amiga de infância, Stella Sampas.
No dia 20 de Outubro de 1969, aos 47 anos de idade, Jack Kerouac morre em consequência de uma hemorragia interna, provocada por uma cirrose hepática.
Na história da literatura, deixa uma obra de importância inquestionável, de onde se destaca, naturalmente, "On the Road / Pela Estrada Fora". Este livro, relatando várias viagens através dos EUA e México, acaba por ser um manifesto de uma forma de viver intensa, vibrante, contagiante. Como se, apenas pela voz de Kerouac, a América tivesse descoberto que muita da sua identidade cultural múltipla, diversa, vive, precisamente, pelas suas estradas fora...

domingo, julho 16, 2006

"World Press Photo"


Esta foto foi a grande vencedora do grande prémio de fotografia mundial "World Press Photo". A foto ilustra um pouco da sensibilidade que ocorre no continente africano. Não quero aqui fazer demagogia enunciando que são uns coitadinhos, mas, neste continente esquecido e negro de tristeza, morre uma criança de 30 em 30 minutos. Um pouco de reflexão sobre o que se passa no Sudão, em especial no Darfour, dá-nos mais um pouco de alegria na vida em que temos. Queixamo-nos por tudo e por nada, mas aquelas crianças, em que o simples copo de leite é quase uma utopia, fazem-nos pensar que realmente nem sabemos a sorte que temos.

Palavras de Sabedoria e Verdade

sábado, junho 24, 2006

Ser Pai...

Já refeito das emoções de ser pai pela primeira vez e com os pés já acentes na terra, eis-me em condições de descrever aquilo que me vai na alma.
Ser pai é na verdade aquilo que de mais importante nos pode acontecer na vida. Ver nascer uma criança que é sangue do nosso sangue muda-nos a vida e aumenta-nos as responsabilidades pois o seu futuro depende em muito daquilo que lhe ensinarmos pela vida fora e o futuro deste mundo estará nas mãos daqueles que nasceram hoje.
Por mais que se tente imaginar como será o momento do nascimento de um filho nunca nos passa pela cabeça o “cocktail” de emoções que realmente se sente naquele momento. Tive a oportunidade de assistir ao nascimento do Bernardo e foi sem duvida um momento mágico um momento que jamais esquecerei.
Neste momento sou um pai babado que procurará educar o seu filho de maneira a que possa ser uma pessoa no futuro da qual tanto eu como a Idalete nos possamos orgulhar.
Não poderia aqui deixar de agradecer todas as mensagens e votos de felicidade que nos foram endereçados, em meu nome do Bernardo e da Idalete o nosso muito obrigado. Um abraço muito especial para o Luís pelo post lindíssimo que escreveu neste mesmo Blog, um abraço amigo...
Ser pai é...

domingo, junho 18, 2006

Borregas… a caminho de Fátima!!!

Este testemunho é da nossa Vanda que, ainda, não domina a arte das "postagens". Infelizmente é tardia a sua publicação, por minha culpa que não actualizo o blog há muito, mas, como diz o outro, mais vale tarde que nunca.

"Tudo começa a uns ou alguns quilómetros a caminho de um local especial para
o qual cada um caminha levado por uma promessa, uma aventura, um desafio ou
simplesmente para ir e experimentar uma sensação difícil de explicar! Eis
que surgem estas borregas ou outra espécie de gado ou bolhas ou vesículas ou
simplesmente e teoricamente: as flictenas!
Várias são as formas de tentar diminuir o pasto a estas devoradoras de pele
e torturadoras dos nossos queridos pezinhos! Comecei como observadora do
modo como se costuma (bem ou mal!) tratar destas borregas a nível
tradicional: linha, agulha e costura! Questionei-me sobre se seria a melhor
forma e também eu, em Mora, experimentei se iria resultar. Infelizmente não
deram muito resultado e, na Lamarosa, comecei então a tratar as borregas de
forma rigorosa e dolorosa também (a Mafalda que o diga e eu também!) Mas foi
em Santarém que na camarata masculina na Escola Prática de Cavalaria se
iniciou a verdadeira batalha contra as borregas ou melhor as flictenas!
Houve, no início, poucos adeptos mas no fim do serão (entenda-se por serão:
momento em que se trabalhava à luz de lanterna!), já havia voluntários à
força para derrotar todas as borregas! O Nelson (1º ajudante) apontava a
lanterna e segurava o local de incisão; a Mafalda (2º ajudante) tratava do
material; o Luís (câmara) fazia a reportagem fotográfica; e o Sílvio tentava
ultrapassar o tratamento das bolhas… nessa noite foram derrotadas várias
borreguinhas: as da Mafalda, do Luís, do Sr. Prior e, é claro, as mais
difíceis as do Sílvio!
Nos dias seguintes, algumas resistiram e mantiveram-se nos pés mas a vontade
de chegar era maior e, embora o tratamento se mantivesse (em condições um
pouco melhores!), não foram elas que impediram a chegada ao nosso destino
por seis longos e quentes dias! A emoção sentida na chegada a Fátima, a
recepção pelos outros grupos na rotunda dos Pastorinhos e o círculo junto do
Anjo no Santuário, são momentos e sentimentos que não sei exprimir apenas
uma coisa: mudou-me a vou repetir a experiência! Foram muitos amigos feitos
(secretos e não só), familiares encontrados, amizades “postas” em dia, …
Obrigado a todos os que tive o privilégio de caminhar!!!

sábado, junho 03, 2006

Uma nova vida...


Hoje nasceu para o mundo o primeiro filho de um digno colaborador deste blog, também um grande amigo, o nosso Nelson Lima. O seu filho Bernardo irá herdar os trilhos dos pais e marcará os seus pés na areia inexplorada do mundo... espero que ele possa encontrar este mundo um pouco melhor do que nós o encontrámos. Acredito que sim.
Eis o que significa "Bernardo", a sua etimologia e simbologia (acredito que os nomes não surgem ao acaso, por puro desígnio parental, talvez exista algo mais e que, de facto, nos tatua fonologicamente para toda a vida):
"Do germânico Bernard, de ber (urso) e hard (duro, forte, corajoso). Ficaram célebres os franceses Bernard Buffet (pintor) e Palissy (ceramista), o poeta italiano Bernardo Tasso e, mais nos nossos dias, o controverso Bernard Tapie (futebol, televisão...)"
Há quem diga que "Bernardo é encantador e espontâneo, delicado e, também, um grande sonhador. É anticonformista e, por vezes, tem de fazer face a uma certa instabilidade. Tem uma grande intuição, é bastante impulsivo, em especial, no relacionamento amoroso. Detesta ficar amarrado às ideias, mesmo àquelas que, outrora, julgou as melhores". Enfim, o Nelson e a Idalete cá estarão para confirmar estas histórias que até são interessantes...
Devo dizer que foi dos posts que mais prazer me deu publicar. Não é todos os dias que celebramos a vida desta maneira... na sua forma mais pura e original.