«O Polvo» teve várias temporadas mas na minha memória de poucos canais ficou um comissário honrado, a cidade de Palermo e a máfia. Já se passaram muitos anos desde então e eu quase não me lembro de pormenores relacionados com essa época hoje vendida como «caderneta de cromos». No entanto, hoje estou em Palermo, sou visto como espanhol, falo todo o dia em inglês e escrevo o que sinto em português. No meio desta esquizofrenia de dia, a qual aceito sem divagar mais que a conta, sou acarinhado por amigos italianos. Conheci Ungaretti, também ele com um vínculo com a língua portuguesa, devido aos seus anos brasileiros, levo-o na mala e espero entrar no seu hermetismo, mas também levo diálogos com pessoas como a Carmen, que, com coragem siciliana, me contou sobre como a sombra da máfia eclipsa muita da luz desta região. Apesar de muito ter mudado desde a norte de Falconne, o espectro da máfia paira sobre esta sociedade. Há mais coragem por parte dos «parlamitanos» graças a uns quantos mártires que ajudaram a assumir a existência de grupos criminosos organizados. Assumir é sempre o primeiro passo para resolver o que quer que seja. Admiro profundamente a coragem de quem se assume. Este povo fê-lo após anos de negação, o problema ainda existe, mas esta gente já se ri dele. Basta vermos a quantidade de merchandising a ridicularizar todos aqueles que se querem assumir Vitos Corleones...
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