Fermoso rio Lis,
que entre arvoredos
Ides detendo as águas vagarosas,
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que üas sobre
outras, de invejosas,
Ficam cobrindo o
vão destes penedos;
Verdes lapas, que
ao pé de altos rochedos
Sois morada das
Ninfas mais fermosas,
Fontes, árvores,
ervas, lírios, rosas,
Em quem esconde
Amor tantos segredos;
Se vós, livres de
humano sentimento,
Em quem não cabe
escolha nem vontade,
Também às leis de
Amor guardais respeito.
Como se há-de
livrar meu pensamento
De render alma,
vida e liberdade,
Se conhece a
razão de estar sujeito?
Francisco Rodrigues Lobo
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