Para alguém como eu, cujo silêncio é muitas vezes o encontro com uma palavra, não conseguir dizer ou escrever nada é uma realidade frequente.
Fico em silêncio na ausência dos que me são queridos, dos que estão longe e daqueles a quem a minha boca só diria banalidades. Um homem de palavra também fica sem palavras. Apesar de agora estar a transcrever o meu silêncio, ele ficou patente no meu olhar triste em frente da televisão e na atrapalhação mundana ao telefone com um dos amigos que mais quero.
Manchester é mais um lugar mediatizado por "lobos solitários", termo que desprestigia a honra animal do lobo ao usar a sua espécie para denominar uma indigna de vida, como a do terrorista, e do outro lado da linha há uma voz que quero sempre ouvir, uma voz que trago orgulhosamente da terra das raízes. Espero que, mesmo quando a terra nos for leve ou pesada, o timbre das nossas vozes se possa ouvir e continuar a existir naqueles que por aqui ficarem. Se alguma coisa merece a eternidade, para além do amor verdadeiro, é uma amizade...
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