«A verdade nua e crua pertence aos realistas, aos homens do talho. Sou pela verdade mas pela verdade à Eça, a verdade com maillot. Entre a vida e a arte deve existir sempre uma fronteira, mesmo que seja uma fronteira de seda. Mas nessa fronteira deve passar-se livremente, sem mostrar bagagens. A verdade desempenha, às vezes, o papel antipático de guarda-fiscal. Quer saber o que se traz, o que não se traz, como é e porque não é. Solução: manter a fronteira, a imperceptível fronteira entre a vida e a arte e acabar com a Guarda Fiscal.» - António Ferro, in "Leviana", p.95.
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