Não podes beijar quem
quiseres
se valorizas a tua
vida.
O pó acumula-se,
agarra-se a ti.
Come os teus passos,
inala o teu hálito,
embacia as tuas
lágrimas,
suja as tuas unhas.
O pó decide quem és.
A vassoura
que agita o ar
fá-lo dançar o
rigodão
a passo ligeiro e
submisso.
Não sigo o movimento
da vassoura.
Isolado,
no mais profundo,
contenho a
respiração.
Finjo a minha vida.
Eles sabem-no,
eu sei-o.
Quando espreitam,
quando se expandem
ao meu redor.
Que esperam?
Que me entregue?
O meu último ano
está a durar anos.
Viver é suspeito.
Portanto beija
e ama
na boca do urso,
entre os seus dentes vorazes,
ri-te
porque “Tudo por ele”
não significa nada
para ti.
Marzena Sowa
(Trad. Luis Leal)
Sem comentários:
Enviar um comentário