Ouvi este verso, ontem, na rádio musicado numa bela canção: «medos que inventaram para mim». Ficou-me na cabeça. Hoje, lembrei-me do meu pai, dos seus medos, quais herdei e quais superei. Dei de caras com uma pequena cobra debaixo duma pedra. O medo de percurso medular da infância não me acompanhou, foi substituído pelo fascínio por uma forma de vida que resiste à dureza do solo e rasteja através da sua condição causadora dos males de termos sido expulsos do paraíso.
Olhei-a, quase a agarrei mas não me senti o seguro suficiente para fazê-lo.
Os meus medos, com a idade que tenho e a vida que tenho podido viver, mesmo que o passado mos tenha inventado, sou eu o responsável por eles. Sou eu quem os alimenta ou faz passar fome. Eu e a cobra. Ambos natureza, ambos com medo. Separa-nos o instinto e une-nos o destino de não acreditarmos em paraísos...
Sem comentários:
Enviar um comentário