Duvidámos muito se havíamos de chamar Pedro ao nosso segundo filho. Não o chamámos, mas fizemos questão que tivesse o seu padrinho civil, como dizemos a brincar, e fosse um exemplo basilar como é o nosso Pedro Cuadrado.
A verdadeira riqueza não é pecuniária para mim e tem-se apresentado em forma de pedras neste sendeiro. Ao assumir a existência de pedras no caminho o melhor que fiz, até hoje, foi aprender com os japoneses o seu «suiseki» - já não me lembro se se escreve assim, mas está pelos «senderos» apontado - a apreciar a beleza da rocha, a sua forma, a sua textura, o seu passado geológico em camadas sedimentares de experiência e sabedoria.
Pedro deriva etimologicamente de pedra. E, realmente, tenho tido o privilégio de poder apoiar-me em rochas duma firmeza inabalável. Quem lê este blog, sabe que o Pedro L. Cuadrado é um alicerce. A sua amizade faz de mim melhor e, escrevo-o, pule e lima as arestas descabeladas do meu espírito impetuoso.
O Pedro Martín é outra pedra. Essa doma o duro e o suave passo com que assevero o meu ritmo. Ensinou-me a condição do «Do» que salvaguarda o meu passado e a constância de artista no homem comum.
E Pedro Gundí, velho amigo de Coria, reformado do mundo docente por idade mas um dos meus maiores mestres. O Pedro Gundín conhece-me há quase uma década, aceitou ser aluno dum gaiato cuja atenção e respeito ajudaram a formar o profissional e o dependente da palavra que por aqui se escreve.
Várias vezes me lembrava dele. Sou um herege de devoção ao ar livre de Miguel Delibes graças a ele e, hoje, depois de cinco anos sem saber notícias suas, veio ter connosco ao CPR só para me dar um abraço.
Já tem e-mail e isso ajuda numa época em que a tradicional epístola perde carácter práctico mas não a beleza.
Há abraços que sabem a tanto...
O meu «Suiseki» faz com que estes Pedros sejam estimados como essas pequenas pedrinhas, seixos do rios que a infância guarda nos bolsos e são contemplados com o afecto da palma da mão...
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