quarta-feira, abril 05, 2017

Quando era adolescente, miúdo de poucos livros e apontamentos numa mochila cheia de honestidade, disse-me eu ser um espírito mais velho do que o meu  BI ostentava. Não entendi a observação, não me senti ofendido com uma ideia de decrepitude, nem me senti orgulhoso dum possível elogio vindo duma mãe que bem sabia que as minhas hormonas, essas sim ingénuas, queriam a sua filha.
Lembrei-me dela. Delas agora. Mãe e filha. É o que as insónias fazem. Ocupam tempo e vasculham a memória nos fundos duma noite perdida, ou ganha ao sono profundo da morte.

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